Saturday, September 13, 2008

A semana Farroupilha

Gaúcho sempre foi superior ao resto do Brazil, isso é fato. Anos após anos sempre mandamos dinheiro para aquele bando de vadio do nordeste, temos as mulheres mais lindas, o Grêmio, o Inter, os melhores presidentes foram gaúchos e sempre que alguma coisa extraordináia foi feita por um brasileiro, esse brasileiro é Gaúcho.
Por que é assim eu não sei, talvez tivemos sorte de estar num clima mais saudável, talvez tivemos a sorte de ser pouco influenciados pelos portugueses na época da colonização. Mas o que importa é que na semana Farroupilha é a semana que o povo sai pra se orgulhar de ser Gaúcho.
É a semana de tirar a bombacha do armário, fazer ela pegar um sol. Calçar as botas de couro feitas especialmente pra lida de campo e andar com elas no shoping. Até o lenço vermelho pra identificar os maragatos se usa, mas só se usa porque não tem mais guerra. É importante lembrarmos, nem que seja por uma semana, as nossas origens. Não importa o quão ridículo seja trajar a Pilcha e não saber andar a cavalo.
Nessa semana são vendidas todas aquelas cuias que estavam até mofadas nas prateleiras, o vendedor diz é porque ela foi curtida, e dai sim, agora ela vale o dobro. O chimarrão começa a ser tomado até pelas pessoas que antes não gostavam. Tudo em prol da tradição.
Em porco alegre tem o acampamento farroupilha onde o povo todo se reune pra come churrasco durante a semana toda. Engraçado que as pessoas tem a opção de ir qualquer dia do ano em qualquer churrascaria e comer um churrasco de carne boa por um preço descente. Mas preferem pagar o dobro pra come patinho no espeto num restaurante porco do acampamento.
E assim se vai, tudo pra dia 20 sairem numa passeata e se recolherem para suas casas, retomarem a consciencia de que eles não tem um rancho, não tem cavalo, e que tomar café é mais comodo que preparar o chimarrão.
Mesmo assim eu gosto da semana Farroupilha, ela me faz lembrar desse lado da vida tão esquecido nessa cidade amaldiçoada do inferno. Ela da uma esperança de que agente ainda pode andar a cavalo e sentir o cheiro do campo. Faz esquecer um pouco da vida real de pegar onibus e que o mais perto que se pode chegar de um churrasco é quando se faz na área de serviço com um ventilador pra jogar a fumaça no vizinho. Faz lembrar que teve tempos em que o Rio Grande se dava o devido valor.
Uma semana é pouco pra depois ter que voltar a ouvir as propagandas do Mano Changes, comer miojo, tomar café, andar de onibus, volta a ouvir o pessoal falando fino, e por ai c vai.

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